Eu tive um amor que foi o primeiro
e tive um segundo
e um terceiro.
O primeiro foi falsa partida
o segundo foi um ameaço
e o terceiro, o bê-á-bá.
Depois vieste tu
e fechei a contagem.
Tu mostraste-me o Mundo,
elevaste-me à cátedra.
e foste o meu chão seguro...
Contigo aprendi
que o amor, como a viagem,
pode ser breve ou de longo curso,
ter vários apeadeiros
ou uma só paragem.
E descobri que o amor
não e só palavras belas,
mas cada dia, abrir o céu
e reinventar as estrelas.
Aqui é onde me encontro com as palavras. Tomo-as como diamantes em bruto e faço-me lapidador. Mas não é fácil percorrer cada palavra, até aos confins do sentido. Tão depressa lhe descubro nova face, logo a palavra se transmuta e me confunde, impondo-me um esforço imparável de busca do lugar único de cada uma das faces.
domingo, 24 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
EXULTAÇÃO
Tens no rosto serenas madrugadas,
na voz tens gorjeios de andorinha
que esvoaçando celebram, desvairadas,
primaveras de amor que são só minhas.
Teu peito é uma paisagem de loucura
que percorro desnuda pela manhã
e os teus lábios são a fonte impura
onde se embriaga esta paixão malsã.
Tuas mãos são grilhetas de prazer
e os olhos, verdadeiros lança-chamas
que me deixam a alma num brasido.
Meu amor: tu és a estação de vida,
palácio de harmonia, patria, luz,
onde morro e renasço cada dia!
Alice Rios
na voz tens gorjeios de andorinha
que esvoaçando celebram, desvairadas,
primaveras de amor que são só minhas.
Teu peito é uma paisagem de loucura
que percorro desnuda pela manhã
e os teus lábios são a fonte impura
onde se embriaga esta paixão malsã.
Tuas mãos são grilhetas de prazer
e os olhos, verdadeiros lança-chamas
que me deixam a alma num brasido.
Meu amor: tu és a estação de vida,
palácio de harmonia, patria, luz,
onde morro e renasço cada dia!
Alice Rios
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
SOLIDÃO NAVEGÁVEL
A noite, as ruas ficam desertas
porque a Internete chama para casa.
Mas ao contrário das antigas lareiras,
à volta das quais as famílias passavam o serão,
a Internete não une nem reúne a familia.
É anti-gregária: a familia é um por um e não um todo
e do espaço de partilha faz espaço de solidão.
Assim, estando todos em casa, cada um está sozinho,
partilhando a solidão real com companhia virtual.
Estranhos são os da casa.
porque a Internete chama para casa.
Mas ao contrário das antigas lareiras,
à volta das quais as famílias passavam o serão,
a Internete não une nem reúne a familia.
É anti-gregária: a familia é um por um e não um todo
e do espaço de partilha faz espaço de solidão.
Assim, estando todos em casa, cada um está sozinho,
partilhando a solidão real com companhia virtual.
Estranhos são os da casa.
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